Fabricantes de calçados do CE dão novos passos

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Expositores cearenses buscam negócios na Feira 40 Graus, que segue até hoje no Rio Grande do Norte

Com a movimentação na quarta edição do evento, a expectativa é que os expositores alcancem os objetivos projetados com perspectivas de aquecimento nas vendas para o segmento de calçados.

O setor calçadista nacional, apesar do atual momento econômico e da queda em torno de 15% do último ano, deve crescer, em 2016, cerca de 30%, declarou o diretor da Merkator Feiras e Eventos, Frederico Pletsch, durante a Feira 40 Graus – Feira de Calçados e Acessórios, realizada de 7 a 9 de março no Centro de Convenções de Natal, no Rio Grande do Norte. Expositores cearenses buscam negócios na feira que promete calçar os pés do Norte e Nordeste.

A quarta edição do evento, criado com apoio de sindicatos do Rio Grande do Sul para alavancar o varejo calçadista das regiões Norte e Nordeste do Brasil, segue até hoje com boas expectativas, segundo Pletsch. Além dos lojistas nacionais, clientes da Polônia, Inglaterra e outros países conferem 240 marcas brasileiras. “Com a movimentação desde o primeiro dia, podemos garantir que a nossa feira deve atingir os objetivos projetados pelos expositores. Este começo mostra um possível aquecimento de vendas em nosso segmento”, declarou.

O diretor avaliou que a exportação de calçados vai voltar com força neste ano, equilibrando o setor e fazendo com que o segmento retome os patamares anteriores à crise econômica. Ele ressaltou que é importante manter, também, o mercado interno. “Esta perda (de mercado) o fabricante deve substituir para exportação. E ele deve manter 70% no mercado interno e 30% de exportação”, analisou.

O mercado Norte/Nordeste apresenta diferenças em relação aos estilos, busca por cores mais intensas e brilho, além da modelagem ser diferenciada pelos formatos dos pés. “A adaptação não é difícil. Não vejo como problemas”, reforçou.

Atualmente, o Ceará é o segundo maior produtor de calçados do País, atrás apenas do Rio Grande do Sul. Fernando Rocha, gerente comercial da fábrica Alto Estilo, localizada em Tianguá (CE) há nove anos, participa pela segunda vez da feira e espera aumentar seus negócios, com maior volume de vendas e ampliação da carteira, entre 20% e 25%, neste ano. No mix de produtos, estão quase quatro mil opções de duas marcas de sapatos femininos. A produção diária é de dois mil pares.

“O evento é bem atrativo, pois traz grandes redes varejistas do Norte e Nordeste que podem abrir mercado para nossa fábrica”, destaca, dizendo que 100% do que produz vai para estes dois mercados. Há planos para começar a exportar em 2017. “No mercado interno, nosso foco é Brasília. Já estamos em negociação com Tocantins e Goiás. No ranking de vendas atual, Ceará, Rio Grande do Norte e Manaus”, acrescenta Rocha.

DNA

A Petite Jolie, que tem produção nos municípios cearenses de Quixeramobim e Tauá, desde o início da marca vê o Norte e Nordeste com grande importância. “Devido ao DNA da marca, sempre colorida e alegre, há uma grande empatia e aceitação com o público destas regiões. Notamos que o público cearense, em especial, aceita e gosta muito dos calçados e bolsas de plástico”, diz a gerente de marketing da empresa, Mirele Rittel.

Ampliação

O gerente comercial da Fasolo, Ademir Pelegrini, diz que a empresa participa da Feira 40 Graus desde a primeira edição. “Podemos crescer bastante e trabalhar mais focados numa coleção Norte/Nordeste”, avalia. Hoje, a região detém 15% nos negócios do grupo, e o Ceará um terço deste total. Em relação ao Brasil, o Estado representa 4% das vendas. “Temos que buscar preço e inovar para conseguir entrar em grandes redes do Ceará”, diz.

Com foco no mercado masculino, a marca produz mensalmente cerca de 300 mil peças para homens, entre cintos e carteiras. No País, são mais de oito mil pontos de venda, sendo aproximadamente 200 no Ceará. Para Adenir Tavares, representante comercial Fasolo no Estado, que atende a marcas como Bransk, Zefirelli, Skyler, Casa Pio, Bam Bam e Sapataria Nova, o mercado não está parado.

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE