Brasil pode sustentar crescimento de 4% nos próximos anos, diz Coutinho

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‘País é uma das poucas economias que têm essas condições’, disse. Presidente do BNDES afirmou que Brasil tem desempenho fiscal saudável.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse nesta segunda-feira (30) que o Brasil é uma das poucas economias que têm todas as condições de sustentar uma taxa expressiva de crescimento superior a 4% nos próximos anos.

De acordo com ele, entre os motivos que dão ao país essa possibilidade estão um mercado rígido e saudável e um Banco Central capacitado, além de o país estar em processo histórico de redução de taxas de juros.

“Poucas economias têm um desempenho fiscal tão saudável como o Brasil (…). Temos uma dívida pública sob controle, estabilidade da economia e uma fronteira de investimentos rentáveis”, disse. “O Brasil é uma das poucas economias que têm todas as condições de sustentar uma taxa expressiva de crescimento superior a 4% nos próximos anos”. Ele ressaltou que, sem dúvida, há uma crise internacional que torna o cenário mais difícil, mas “poucos países reúnem condições que o Brasil reúne”, afirmou.

Em encontro promovido pela Associação Nacional dos Economistas de Finanças e Contabilidade (Anefac) em São Paulo ele reforçou a expectativa do BNDES de desembolsos na casa dos R$ 150 bilhões neste ano.

Infraestrutura
Coutinho disse ainda que o banco quer aumentar os projetos na área de infraestrura e logística. “O Brasil é um país que tem muita oportunidade, quero falar da infraestrutura, de portos, aeroportos, mobilidade urbana, são investimentos relevantes que o país Brasil precisará fazer”.

O presidente do BNDES citou, contudo, que projetos em infraestrutura precisam ter planejamento a longo prazo, citando prazos de “40 anos ou mais”.

“Precisamos consolidar a nossa capacidade de crescer, precisamos ter planejamento e preparação prévia de projetos, fazer isso em parceria com o setor privado. Estamos abertos e estimulando essa interação com o setor financeiro privado”, ressaltou.

Em sua apresentação, ele citou que os investimentos em infraestrutura fecharam 2011 no patamar de R$ 56 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses até junho deste ano, estavam em R$ 54,6 bilhões. “Naquilo que a gente consegue enxergar, os investimentos em infraestrutura vão crescer e exigem apoio também do sistema privado”.

Ele citou que é preciso aumentar a formação bruta de capital fixo (investimento das empresas) de 19% do Produto Interno Bruto (PIB ) neste ano para “alguma coisa superior a 22%” em quatro anos. Para isso, ele afirma que o BNDES tem trabalhado com entidades de mercados de capitais para aperfeiçoar a lei 12.431, de forma a torná-la mais eficiente. “Isso está prestes a ser aprovado no Congresso e esperamos que, com isso, o mercado de capitais possa crescer”, afirmou. A lei, de 2011, isentou de Imposto de Renda o rendimento das aplicações em títulos de dívida privada para investidores estrangeiros.

“O governo pretende incentivar muito a participação do setor privado em novas concessões nas áreas de logística, portuária, ferrovias, na área de rodovias, de forma a poder acelerar investimentos não só no sistema logístico brasileiro. O que representa um gargalo é o custo das operações”, afirmou, acrescentando que, de sua parte, o BNDES poderá financiar, em condições favoráveis, novas linhas de logística.

PMEs
Ele ressaltou, ainda, o esforço do BNDES de aumentar o peso das micro e pequenas empresas nos desembolsos, que já atingiu em torno de 36% em 2011, saindo de 22% em 2006. Neste ano, nos 12 meses acumulados até junho, estavam em 34%. De acordo com ele, a alta é possível por meio do cartão BNDES (o total é de 535 mil cartões emitidos, segundo dados de junho de 2012). Segundo a apresentação de Coutinho, até junho, os desembolsos atingiram R$ 9,06 bilhões, alta de 56,4% em comparação 12 meses anteriores.

Fonte: g1.globo.com/economia