Bancos esperam maior alta do crédito em 2014

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As grandes instituições privadas devem acelerar a oferta de recursos, ao contrário das públicas

Depois de terem de cortar as projeções para o crédito por mais um ano devido ao desempenho abaixo do previsto da economia brasileira, os grandes bancos privados devem acelerar um pouco a oferta de recursos enquanto os pares públicos devem desacelerar em 2014. Não são esperadas grandes mudanças na oferta de crédito, com as modalidades de menor risco ainda com o posto de mais promissoras, mas ainda há a perspectiva de que os empréstimos para investimento de fato aconteçam, o que poderia impulsionar as carteiras em 2014.

O Santander, por exemplo, espera que sua carteira de empréstimos tenha alta de 12% a 14% neste ano, segundo afirma o presidente Jesús Zabalza.

Ao avançar em linhas com garantias, trabalho este que custou margens mais tímidas e resultados menos polpudos, os bancos privados conseguiram melhorar a qualidade dos ativos, fruto este que deve continuar sendo colhido no ano novo. Na contramão, analistas do mercado trabalham com perspectiva de aumento da inadimplência nas instituições oficiais, prejudicadas pela oferta anticíclica de recursos enquanto os motores da economia brasileira não estavam tão aquecidos. Com os juros de volta à casa dos dois dígitos, as margens, ainda que os spreads não tenham acompanhado toda a alta da Selic vista em 2013, tendem a melhorar com seguros e serviços mantendo posição de destaque em termos de receita.

Neste momento, as instituições estão definindo seus guidances (projeções) para a expansão do crédito em 2014. Ainda ninguém bateu o martelo. Os números devem ser conhecidos na divulgação de resultados do quarto trimestre deste ano que começa no final de janeiro com o Bradesco. “O ano de 2014 deve consagrar o cenário do último trimestre, com menor crédito ao consumo e maior ênfase para infraestrutura”, avalia Rogério Calderón, diretor de controladoria corporativa e relações com investidores do Itaú Unibanco.

Projeções

A expectativa do Itaú, conforme ele, é de que a carteira de crédito cresça acima dos 10% em 2013. Para 2014, as projeções ainda não estão fechadas, mas, segundo Calderón, os empréstimos devem avançar puxados por crédito imobiliário e consignado (com desconto em folha). Já o Santander espera que a sua carteira tenha alta de 12% a 14% em 2014, superando o desempenho de 2013, de cerca de 11%, de acordo com o presidente do banco, Jesús Zabalza.

Instituições públicas

Embora a perspectiva seja de maior crescimento por parte dos privados, isso não deve significar a retomada da fatia perdida para os públicos no que diz respeito a estoques. O ritmo de originação, contudo, deve voltar aos patamares históricos. A Caixa Econômica espera que o crédito cresça acima de 20% em 2014, projeção que, se confirmada, mostrará desaceleração ante 2013, cuja alta deve ficar em cerca de 38%, conforme Jorge Hereda, presidente do banco. “O crescimento deve ser menor porque a expansão da carteira de crédito, hoje em R$ 463 bilhões já atingiu tamanho compatível ao da Caixa”, avaliou. Neste contexto, o banco não espera aportes do Tesouro em 2014.

O desempenho do crédito seguirá condicionado ao contexto macroeconômico, conforme especialistas. Eventos como a Copa do Mundo podem alavancar de maneira pontual a oferta de recursos para o consumo. Isso porque os bancos devem seguir seletivos na hora de emprestar.

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE