Indústria apresenta segunda alta seguida, com 0,4%, diz IBGE

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Acompanhando a expansão de janeiro, a produtividade da indústria brasileira registrou alta, embora mais moderada, de 0,4% em fevereiro – o segundo mês consecutivo de avanço -, depois de dois meses de retração. Em janeiro, a produção da indústria nacional subiu 3,8% sobre dezembro – dado revisado de alta de 2,9% -, feitos os ajustes sazonais. As informações, divulgadas ontem, constam da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com igual mês do ano passado, a indústria avançou 5%, revertendo dois meses de queda. No ano, a produção da indústria acumula expansão de 1,3% e, em 12 meses, de 1,1%. Com isso, o desempenho de fevereiro assinalou ganho de ritmo frente à marca registrada em janeiro último (0,5%), mas ficou ligeiramente abaixo do verificado em dezembro de 2013 (1,2%). Segundo o IBGE, com esses resultados, o total da indústria recuperou a perda de 4,2% acumulada no período novembro/dezembro de 2013, “mas ainda encontra-se 2,7% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011”, afirmou o instituto, em nota.

COMPORTAMENTO

O avanço de 0,4% teve perfil generalizado de crescimento, alcançando três das quatro categorias de uso, e 19 dos 27 ramos pesquisados. Entre as atividades, a principal influência positiva foi registrada por veículos automotores, que cresceu 7% nesse mês, segundo resultado positivo consecutivo, acumulando nesse período expansão de 16,8%. “Esses dois resultados positivos interromperam o comportamento negativo presente desde outubro de 2013, período em que acumulou perda de 23,5%”, destacou o IBGE.

Outras contribuições positivas importantes sobre o total da indústria vieram de equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (17,6%), bebidas (5,1%), alimentos (1,4%), borracha e plástico (4,2%), metalurgia básica (2,8%) e fumo (25,2%). Com exceção da última atividade, que mostrou perda de 47,6%, no mês anterior, as demais apontaram taxas positivas em janeiro: 22,2%, 1,7%, 0,1%, 5,3% e 2,9%, respectivamente. Por outro lado, entre os sete ramos que reduziram a produção, os desempenhos de maior importância para a média global foram registrados por farmacêutica (-9,7%) e outros produtos químicos (-3,1%), com o primeiro eliminando parte do avanço de 30,8% assinalado no mês anterior, e o último apontando o segundo resultado negativo consecutivo e acumulando nesse período perda de 5,9%.

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com janeiro, os bens de consumo duráveis, ao avançarem 3,3%, assinalaram a expansão mais acentuada em fevereiro de 2014, após essa categoria registrar crescimento de 4,8% no mês anterior. O setor produtor de bens intermediários (0,8%) também avançou acima da média nacional (0,4%) e apontou a segunda taxa positiva seguida, acumulando nesse período ganho de 2,4%. O segmento de bens de capital mostrou ligeira variação positiva nesse mês (0,1%), após crescer 13,3% em janeiro último. No entanto, a produção de bens de consumo semi e não-duráveis, com variação negativa de 0,1%, foi única no mês.

COMPARATIVO

Segundo do IBGE, na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial avançou 5% em julho de 2013, com predomínio de resultados positivos, já que as quatro categorias de uso e 21 dos 27 ramos apontaram expansão na produção. Entre as atividades, a de veículos automotores, que avançou 12,9%, exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria, impulsionada em grande parte pela maior fabricação de automóveis, de veículos para transporte de mercadorias, de chassis com motor para caminhões e ônibus, de caminhão-trator para reboques e semirreboques, além de caminhões propriamente ditos.

Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (43,3%), máquinas e equipamentos (9,3%), outros equipamentos de transporte (14,4%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (32,9%), farmacêutica (10%), alimentos (2,6%), bebidas (7,1%), vestuário e acessórios (27,4%) e borracha e plástico (6,8%).

Por outro lado, ainda na comparação com julho de 2012, o IBGE aponta que, entre as seis atividades que reduziram a produção, os principais impactos foram observados na edição, impressão e reprodução de gravações (7,9%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (6,7%), produtos de metal (3,7%) e outros produtos químicos (2,5%), pressionados por recuos na fabricação de jornais, revistas, livros e cds – no primeiro ramo -; aparelhos elétricos de alarme para proteção, fios, cabos e condutores elétricos, transformadores e quadros, painéis, cabines e outros suportes equipados com aparelhos elétricos de interrupção ou proteção – no segundo -; policloreto de vinila (PVC), inseticidas para uso na agricultura, polipropileno (PP), superfosfatos e polietileno de alta densidade (PEAD) – no terceiro -; e partes e peças para bens de capital, latas de alumínio para embalagens e estrutura de ferro e aço, no último.

Caminho é longo

Conforme o gerente da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Luiz Macedo, a produção industrial iniciou 2014 em um ritmo superior ao que havia terminado 2013, mas essa mudança de comportamento precisa ser relativizada.“O ritmo de produção industrial no fim de 2013, foi caracterizado pelo menor dinamismo. Nesse início de ano, a situação melhorou, mas ainda há um longo espaço a ser percorrido para que o setor opere em níveis mais elevados”, disse ele. Mesmo acumulando alta de 1,3% no ano, o desempenho se encontra 2,7% abaixo de seu pico histórico, em maio de 2011, segundo o especialista. Macedo observa que há uma melhora no ritmo da indústria, especialmente quando se compara com o fim de 2013. “Tivemos um perfil disseminado em fevereiro embora a magnitude do total da indústria tenha se dado numa intensidade menor que em janeiro”, destacou o economista. Por fim, ao falar sobre as revisões do índice de janeiro, ele explica que foram puxadas especialmente por máquinas e equipamentos. Além disso, o acréscimo da informação sobre fevereiro na série contribuiu para a revisão de grande magnitude.

FONTE: JORNAL O ESTADO