Subestação é entregue – nova linha em leilão

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Depois de dois anos de atraso, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) energizou, no último dia 6, a primeira etapa da nova subestação de Acaraú II, que irá atender à expansão da geração de energia no Ceará, por meio de usinas eólicas. Para responder à necessidade do setor, que ainda encontra na falta de infraestrutura de transmissão o seu maior problema, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também aprovou na última terça-feira um novo leilão com 13 lotes, com um deles incluindo o Ceará.

A subestação de Acaraú II envolveu um investimento direto superior a R$ 22 milhões e está disponibilizando dois transformadores trifásicos de 230/69 kV – 100 MVA, cada, entre outros equipamentos, ao Estado. De acordo com a Chesf, o empreendimento é necessário para atender à expansão da energia eólica, uma vez que ele chega a regiões com pouca ou nenhuma capacidade de redes de transmissão e subtransmissão.

Além disso, permitirá o escoamento da energia proveniente das diversas usinas eólicas que serão instaladas na região do Ceará, para o Sistema Interligado Nacional (SIN).

Segunda etapa

A segunda e última etapa do projeto consta do reforço de alimentação dessa instalação, com a energização da linha de transmissão Sobral III / Acaraú II C1, prevista para 30 de dezembro deste ano. De acordo com o diretor de Engenharia e Construção da Chesf, José Ailton de Lima, a linha de transmissão até Sobral dará maior confiabilidade à nova subestação, já que, no caso de haver alguma falha na transmissão por meio de Acaraú II, a subestação fica energizada por Sobral, não deixando os empreendimentos sem energia elétrica. Para esta segunda etapa, a Chesf contará com mais de R$ 2 milhões de acréscimo de receita, devido à entrada em operação dessa nova subestação, passando para R$ 4,7 milhões quando da energização da Sobral III / Acaraú II C1.

Segundo José Ailton, já não havia empreendimentos eólicos parados à espera do início das operações de Acaraú II. “No ano passado, nós pegamos um transformador menor da Chesf e colocamos provisoriamente em Acaraú, e então as eólicas puderam se conectar. Ainda há outras eólicas para entrar, mas estas ainda estão em construção”, diz.

‘Atrasos são comuns’

O diretor explica que os atrasos neste tipo de empreendimento são comuns em todo o País e ocorrem por um conjunto de problemas: dificuldades com licenciamento ambiental, com a liberação por parte do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e com questões fundiárias, por dificuldades de negociação com proprietários das terras que receberão as estruturas das linhas de transmissão.

“Antes, o governo achava que era possível entregar este tipo de empreendimento em 24 meses. Mas, para termos as faixas liberadas, com licenciamento ambiental e negociação com proprietários, tomamos entre 14 e 18 meses”, justifica. “Além disso, tem o prazo de entrega dos transformadores das subestações. Não tem pra pronta-entrega, temos que encomendar e leva de 12 a 14 meses para recebermos”.

Leilão de transmissão

A infraestrutura de transmissão de energia no Ceará também terá um novo reforço com o leilão Nº 01/2014, da Aneel, que contratará serviço público de transmissão de energia elétrica também para os estados do Pará, Amazonas, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, Tocantins e Paraná. Serão 13 lotes com investimentos previstos na ordem de R$ 5 bilhões. O leilão está previsto para o dia 9/05/2014.

No Ceará, está incluída no leilão a linha de transmissão de 500 kV Quixadá – Açu III, que percorrerá 241 quilômetros e tem prazo de entrada em operação de 36 meses após dada ordem de serviço. A linha está dentro do Lote E do leilão, juntamente com outras três linhas. Procurada pela reportagem, a Aneel não informou, até o fechamento desta edição, qual o valor de investimento específico para a linha Quixadá – Açu III ou para o lote, como um todo.

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE