Sudene busca alçar agroindústria do NE

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Representantes da cadeia produtiva da cana-de-açúcar nordestina e dos ministérios da Fazenda, Agricultura e da Integração Nacional reúnem-se hoje, às 9h30, na Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O objetivo do encontro é apresentar temas e propostas para buscar soerguer o setor agroindustrial canavieiro. O segmento regional representa 77 usinas, 25 mil pequenos e médios produtores de cana, e um milhão de trabalhadores vinculados à atividade direta e indiretamente. Segundo a União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), após essa etapa, as propostas aprovadas serão levadas aos ministros das pastas envolvidas nesta iniciativa do governo federal.

As ações governamentais serão definidas por meio do Comitê Temático Interinstitucional para Recuperação do Setor Sucroenergético Nordestino – criado no final do ano passado -, e que é coordenado pela Sudene. O grupo é composto pelos membros dos ministérios da Fazenda, Agricultura e Integração Nacional, e pelos dirigentes do setor sucroenergético. A Unida é uma das entidades privadas que compõem o Comitê.

“A economia nordestina está vinculada à cadeia produtiva da cana-de-açúcar, e como tal, sofre significativos impactos quando o setor passa por dificuldades financeiras e estruturais”, afirma o presidente da Unida, Alexandre Andrade Lima. O dirigente lembra que, com os passar dos anos, o segmento vem sofrendo muito em função das questões da seca, do relevo, bem como das questões políticas, seja pela falta de políticas públicas específicas, seja pela intervenção do governo federal, como por exemplo, através da atual intervenção no valor da gasolina que afeta diretamente o etanol.

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

A cana é a principal atividade econômica da Zona da Mata Nordestina, uma vez que envolve mais de duzentos municípios canavieiros, distribuídos por oito estados, o que compreende uma população diretamente afetada no perímetro geográfico de sete milhões de habitantes. “Isso equivale a 13% da população regional”, fala Lima, justificando que, por esta razão, o governo federal precisa valorizar o setor sucroenergético.

Ele lembra ainda que, mesmo a região nordestina produzindo dez vezes menos que o Centro-Sul do País, o impacto da indústria agroindustrial canavieira do NE tem maior relevância na economia regional, se comparada as outras regiões produtoras. O dirigente cita o exemplo do Estado de São Paulo, maior produtor nacional: “apesar do gigantismo da escala de produção, quando comparada à do Nordeste, representa apenas 2% do PIB paulista, já aqui na região, em estados como Pernambuco e Alagoas, o peso do setor no PIB é, ainda hoje, de 8% e 15%, respectivamente”. Os índices percentuais mostram o porquê de a atividade canavieira ser um importante e destacado pilar de sustentação econômica e social para o povo do Nordeste.

PERSPECTIVAS

Assim sendo, Lima acredita que o Comitê Temático Interinstitucional para Recuperação do Setor Sucroenergético Nordestino, se atuar efetivamente como está proposto, poderá contribuir, significativamente, para produzir um diagnóstico sucinto dos problemas que o segmento agroindustrial canavieiro enfrenta. Dentre eles, o dirigente aponta as limitações de natureza financeira, técnica, agronômicas e industriais, bem como as infraestruturas pública e privada disponíveis para a otimização das funções e das ações dos agentes públicos e privados para soerguer o setor. “Por este motivo, a reunião na Sudene é fundamental para identificarmos mecanismos possíveis a potencializar soluções de natureza econômica e social, de sorte, a ampliar e multiplicar os resultados possíveis e esperados”, finaliza Lima.

FONTE: JORNAL O ESTADO