Equipamento ganhou interesse não apenas de produtores locais, como de outras cidades do País e da América do Sul
Uma máquina de fazer cubos de palmas é a mais nova criação dos irmãos Francisco Estevão Gomes de Sousa e João Batista Gomes de Sousa, residentes em Canindé. O destaque tecnológico será apresentado na Pecnordeste, no próximo dia 7 de abril em Fortaleza, como uma das grandes alternativas para o homem do campo, que enfrenta dificuldades para cortar a palma forrageira para alimentação animal.
Estevão, um dos idealizadores da máquina diz que a obra custa R$ 10 mil e é a primeira do gênero no Estado do Ceará, fabricada por agricultores familiares, explica. ”Conseguimos a ”Patente Adquirida”, através do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPE)”‘, comemora. “Além de dinamizar o trabalho, hoje feito manualmente, a máquina propicia uma maior higiene ao produto, agregando-lhe valor de mercado”, explicou. Os dois irmãos irão levar a máquina para ser apresentada em uma das maiores feiras do Norte e Nordeste, em Fortaleza no Centro de Eventos.
O sucesso motivou que te técnicos de Organizações Não Governamentais (ONGs), associações comunitárias, sindicatos de trabalhadores rurais de municípios vizinhos a conhecer de perto a invenção.
Crédito
“A nossa grande preocupação é com a falta de créditos. Utilizamos recursos próprios e as dificuldades são muitas. Queríamos que os gerentes de bancos da cidade, o Sebrae, olhassem com bons olhos para o nosso projeto, porque isso irá gerar melhorias no campo e na vida dos agricultores familiares”, diz Estevão.
Mesmo com todas as dificuldades, os irmãos já venderam 20 máquinas para Estados como Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Nordeste, Bahia, Sergipe, Alagoas, Maranhão, Pará, Brasília, e existem encomendas para Bolívia, Guiana Francesa, Venezuela e Peru.
Os mais novos clientes foram os irmãos pernambucanos Anderson e Ângelo Alves, que trabalham com supermercados e vendas de hortaliças orgânicas. “É um tecnologia de ponta, as autoridades precisam acreditar mais em pessoas desse nível. A máquina tem uma função espetacular no processo da debulha do feijão verde e garante uma economia muito grande”, disse Anderson.
O secretário de Agricultura e Recursos Hídricos de Canindé, Glaiton Lopes, salienta que o município realizará estudos para viabilizar a fabricação de outras máquinas a serem utilizadas na colheita. “É uma obra que irá nos fortalecer tanto no setor agrícola, quanto na preservação do meio ambiente”, destacou.
Investimento
“Um equipamento desse custa R$ 10 mil. Há vários exemplos de pessoas que venderam motos, carros, entre outros bens materiais para adquirir a máquina e depois de seis meses, já compraram carros importados. Esse exemplo vem do Estado da Paraíba, onde o comércio de feijão verde irrigado cresceu fortemente nas feiras livres e mercadinhos da região”, ressalta Estevam Gomes. Atualmente, os dois irmãos trabalham em uma área de 20 hectares plantados de feijão de corda, o mais comum na região, na localidade de Pé da Serra do Bonito, a 30 quilômetros da sede. “A ideia surgiu devido à grande dificuldade que encontramos para conseguir mão de obra local. Muita gente não quer mais trabalhar no campo e a nossa produção cresceu e foi necessário encontrar meios de garantir o produto de entrega dentro do prazo estabelecido pelo cliente”, disse Estevão.
Para os irmãos, a grande dificuldade hoje é a falta de incentivo dos Governos Federal e Estadual. “Nós trabalhamos com produtos orgânicos e nossa preocupação é preservar o meio ambiente, tornando-o saudável e sem problemas para a saúde humana, e os incentivos não existem”, ressalta Francisco Estevão. Foi ele quem desenhou o protótipo, que foi confeccionado em oito dias e tornou-se sucesso de mercado na região.
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE